quarta-feira, 30 de julho de 2008

Mistérios das Natureza...

De uma forma geral, é bastante possível concordar com o senso comum de que tudo que existe no mundo existe por alguma razão. As vacas dão carne/leite/couro/entre outros; as girafas tem pescoço comprido pra comer as folhas no topo das árvores, as abelhas, apesar de serem alérgicas a algumas pessoas, polinizam; as baratas ainda serão a única espécie dominante na terra. Estaria tudo bem se fosse simples assim, mas não(!), precisa existir o ornitorrinco.



De acordo com a revista Nature, o ornitorrinco é um mamífero, um pássaro E um réptil. Isso, ao mesmo tempo. Os animaizinhos possuem bico de pato, rabo de castor, pele e pelos de mamíferos, patas dianteiras com membranas adaptadas para o nado, e patas traseiras com ferrões venesos. Melhor, estes ferrões ficam normalmente escondidos debaixo do rabo do animal, ou seja:

- Olha! Um predador! Vou usar meu ferrão venenoso! - POF, o ornitorrinco cai morto. Ao tentar habilmente usar seu ferrão, acertou o próprio rabo.

Como é considerado um mamífero, é uma excessão na espécie, porque põe ovos. Mas a fêmea não tem mamilos, "amamenta" suas crias através de glandúlas sudoríparas (!!!) adaptadas.
Tem mais, normalmente não se aproveita parte nenhuma do bicho: sua carne não é boa para o consumo, seu bico não é ósseo (por ser coberto por uma membrana cartilaginosa não pode ser usado para nada), sua pelagem não serve pra fazer casaco. Resumindo, o bicho é estranho, é feio, e não serve pra nada!

Na verdade o ornitorrinco é o alívio cômico do reino animal. Imagine numa festa com todos os animais batendo papo, um pato vira pro ornitorrinco e fala:

- Eai bicudo, vamos para o sul no inverno? HAHAHA Ele não pode, é um ornitorrinco!

Isso se ele não resolver usar os ferrões e acabar com tudo!!!

Definitivamente Deus inventou o bullying junto com os ornitorrincos.

E pra terminar: "Ornitorrinco", em inglês, é Platypus, palavra latina derivada do grego πλατύς ( "platys", plana, larga) e πους ( "pous", pé), significando "pé chato". Ou seja, DE ONDE TIRARAM A TRADUÇÃO O-R-N-I-T-O-R-R-I-N-C-O-????!!!!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Ode à Impessoalidade



São 5:00 (e por 5:00 leia-se, 5:00, nada de a.m. ou p.m., 5:00 pura e simplesmente!) de uma segunda-feira. A cidade já começou um novo dia. A cidade não terminou o dia anterior. O vagão está a cerca de 20 metros em direção ao centro da terra, mas e daí? Ainda não há luz la fora.
Um grupo de homens vestidos de ternos pretos pára na plataforma. Devem ser músicos, eles carregam umas grandes caixas pretas. Mas... poderiam ser gângsters, de alguma máfia local. As caixas poderiam estar cheias de armas! Não, são músicos. Indo ou voltando? Os sapatos cegam de tão lustrados. Certamente estão indo. O som aumenta. Não é mais só o vento, nem os homens tocando. O trem chegou e as pessoas entram nos vagões. Mecânicos - tanto pessoas quanto vagões.
Uma mulher vestida de branco está sentada alguns lugares a frente. Ela encosta a cabeça no vidro mas não fecha os olhos. As olheiras não escondem, ela está voltando de um hospital. Talvez trabalhe lá, talvez seja voluntária. Também, isto independe, ela não está mais lá, nem está aqui, ela está muito mais longe disto tudo aqui.
Casais entram abraçados. Homens, mulheres, homens, homens, mulheres, mulheres. Voltam de uma festa, e falam alto, a música provavelmente era muito boa na festa, foi o assunto de duas estações. Saem ser ver ninguem, tal qual entraram.
Uma moça com um livro na mão abaixa-o rapidamente para ler o nome da próxima estação. Chorando. A história do livro deve ser triste, ou então a história da vida dela.
Algumas estações a frente e ouve-se... Estação Terminal. Todos que ainda sobraram descem. O dia nem amanhaceu mas ninguem percebeu, as plataformas já estão cheias de pessoas, sozinhas. 5:45!! Boa noite...

14:30 do mesmo "dia". O mesmo buraco metros abaixo da rua. E ele continua cheio de gente. Muito mais gente. E as pessoas continuam entrando e saindo dos vagões. Agora, além de não ver umas as outras elas se esbarram, e se empurram. Uns olham pro chão, outros sequer olham pra frente. O vagão começa a se mover e um rapazinho desavisado perde o equilibrio e cai no chão.Os dois homens que estavam próximos sequer moveram os pés para impedir o menino de cair. A mãe puxa o menino pela mãe e fala alguma coisa no seu ouvido. Pela cara do menino ela não deve ter tido nenhuma palavra de conforto pela queda.
Uma estação está chegando. As portas da esquerda se abrem, algumas pessoas entram, outras saem e... ei! esperem! ela me olhou... Aquela loira sorriu pra mim! Ela está ficando pra trás. Espera! Me acenou da plataforma! Ela pode ser o amor da... bom, esquece, o vagão voltou pra escuridão de novo. E dessa vez está claro lá em cima.
Na escada que dá acesso a luz novamente há um cartaz. Três milhões de pessoas por dia passam por alí. E nenhuma delas trocou uma palavra. Se ao menos eles se cumprimentasse, não não, se ao menos eles sorrissem. A cidade nunca começou novos dias. A cidade nunca terminou os dias anteriores. Boa noite...

sábado, 12 de julho de 2008

1 ano!

Sem textos hoje... apenas uma homenagem ao primeiro aniversário dessa viagem...

quinta-feira, 10 de julho de 2008

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De um lado:

E Deus disse:

- Faça-se a luz, e a luz se fez.


E daí pra frente ele teve várias idéias interessantes, vários planeta, Um planeta, água, montanhas, plantas, animais, e de repente... Um Animal: o homem!

E pior, Deus ainda resolveu dar algo a mais pra este, entre tantos outros animais: um cérebro com lóbulo frontal desenvolvido, ou, inteligência racional. E desse homem que Deus deu tanta atenção veio o pecado original, Sodoma e Gomorra, algumas guerras, um ou outro genocídio, BRILHANTES evoluções arquitetônicas, sociedades complexas, e o tal do homem virou homo sapiens (classificação dada a si mesmo, diga-se de passagem), e esse sapiens também se auto-entitulou homo economicus e vieram as revoluções industriais, mudanças na distribuição do trabalho, novas revoluções industriaus, novas mudanças na divisão do trabalho e BOOM, revoluçõeS tecnológicas: computadores de um quarteirão, computadores pessoais, notebooks, mesas touch screen, softwares que pensam por você, robôs.

Mais interessante, no meio desse caminho todo este mesmo sapiens resolveu questionar a vida. Os "comos" e os "porquês" da existência na Terra e de repente se viu questionando, oras, o próprio Deus. Houve, inclusive, um destes sapiens que ficou consideravelmente famoso afirmando que Deus tinha morrido (pelo menos ele aceitava que se Deus morreu é porque em algum momento ele esteve vivo?!)

Agora seguindo essa lógica: Deus cria o homem que evolui socialmente e questiona a existência de Deus e cria as máquinas e etc. Nesse fluxo, o homem cria as máquinas que evoluem e questionam os próprios homens e... pronto, vamos esperar algum robô anunciar que estamos mortos.

Por outro lado:

Esqueçamos Deus por enquanto.

Uma infinitesimal massa absurdamente compacta se expande sem motivo aparente e nesse expansão descontroladamente controlada surgem os átomos, moléculas, planetas, galáxias, Um planeta, e a tal da sopa primordial. E lá vamos nós de novo. Desta sopa evoluem os os primeiros unicelulares, e dai os pluri, e daí alguns répteis e um ou outro milhão de anos a frente surgem os homo erectus e daí, novamente, os sapiens. E já vimos esta história, dos sapiens vêm algumas guerras, os tais genocídios, as sociedades complexas, as revoluções, e o trabalho, e mais uma vez, as maravilhas tecnológicas com as quais nos habituamos.

Nesse caminho todo surge também um certo inglês que conforme todas as tradicões (necessárias ou não a sobrevivência do homem na Terra) é batizado de Charles Darwin. Este sapiens resolve ser naturalista e uma ou outra década de estudo depois define o que conhecemos como evolucionismo, e que o mais forte se adapta ao meio e sobrevive, e tudo mais.

Seguindo essa lógica: o Big Bang cria os mundos, que cria O mundo, que cria o sapiens que tenta descobrir como foi criado fazendo experiências sobre sua própria criação, simultâneamente, criando as máquinas. Pelo fluxo... o homem cria as máquinas que resolvem entender como foram criadas e começam a fazer experiências para entender sua própria criação e percebem que são mais desenvolvidas e podem se adaptar ao meio e evoluem e nós, espécie humana, dizemos tchau para a vida na terra, Darwin nos matou.

Resumindo, Deus e Darwin nunca estiveram tão longe assim um do outro.
Moral da história: fique atento a sua cafeteira, ela pode estar se adaptando e evoluindo. 00100110001110101000101000101000101010110...