segunda-feira, 1 de junho de 2009

Desafio de Palavras (I)

Contextualizando... Eu, ele e ele topamos um desafio pra animar os três blogs. Uma vez a cada... a cada... tá, ainda não tem uma frenquência definida, mas de vez em quando um dos três vai propor uma lista de palavras completamente aleatórias para os outros dois escreverem um post. Esse daqui é o primeiro dessa brincadeira. As palavras em negrito são as da lista que ele criou:

-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-

Ela subiu a escada rolante pulando degraus. Ao sair novamente no nível da rua olhou em volta. A longa avenida estendia-se para os dois lados.
As pessoas passavam por ela apressadamente, esbarrando-se. Ninguém notou o olhar de desespero que a jovem lançava ao redor, vasculhando minuciosamente o ambiente como uma raposa observa um cacho de uvas. Finalmente avistou o que procurava, um telefone público.

- Alô?

- Instituto Médico Legal, Sandra, boa tarde. - respondeu a voz anasalada do outro lado.

- Sandra, pelo amor de Deus, eu preciso da sua ajuda. - continuou a jovem aflita.

Após um longo bocejo a mulher respondeu do outro lado:

- Pois não?

- Escuta, meu marido! Ele estava falando comigo no telefone, estava dirigindo, tinha acabado de sair do estacionamento do hospital. Mas de repente a ligação cortou! Pareceu um barulho de acidente, foi horrível.

- Na tarde de hoje quatro corpos foram trazidos para cá, senhora. - respondeu a outra, sem demonstrar qualquer preocupação. - Mas... a senhora já tentou ligar de volta?

- A bateria do meu celular acabou. Mas eu tentei sim. Pelo amor de Deus, Sandra, me fala como são as pessoas que deram entrada aí hoje.

- Não, não... Não deram entrada. A gente costuma brincar que aqui eles deram saída. Sabe como é, né?

- Sei, sei! Mas como eram os homens?

- Sabe que hoje teve um caso engraçado. Um dos homens, ele era bem gordinho. Quando chegou aqui o legista iniciou o procedimento padrão para morte por engasgamento.

- Engasgamento? Não era meu marido então, e os outros?

- Calma. Na verdade ele não morreu engasgado!

- Não?

- Nããããão!!! Você não sabe. Ele morreu na mesa do restaurante enquanto comia uma esfiha. Por isso que o Rafael achou que fosse engasgamento. Mas

depois ele descobriu que a traquéia do homem estava completamente fechada. Acredita?! O homem tinha alergia a diclofenaco potássico! Mas, ainda não descobrimos como ele tomou uma quantidade tão grande do remédio.

- Sandra. Por favor, se concentra em mim. Esse definitivamente não é meu marido. Me fala do outro homem!

- Tá! Calma! Bom, teve o homem da peruca também. Quero dizer, não era totalmente homem. Ou era homem mas não queria ser. Você entendeu?

- Não, não entendi, mas meu marido não usava peruca. Próximo!

- É sério. Eu explico. Chegou aqui usando um vestidão vermelho longo. Lindo! Uma cabeleira loira muito bem cuidada. Mas quando trocamos ela, ou ele, de maca, a peruca caiu. Aí que a gente percebeu que era um homem.

- Tá bom. Tá bom. Era um travesti. Entendi. Acredite, minha querida, meu marido não era um travesti.

- Que bom né. - respondeu a mulher, dando uma longa gargalhada. - Mas olha, vamos facilitar. Qual era a idade do seu marido?

- Trinte e Sete! Algum dos outros dois tem mais ou menos essa idade?

- Sim, sim. Os dois!

- Mas que droga! Então porque você perguntou?

- Só quis ajudar. Desculpa!

O rosto da jovem ficou subitamente vermelho. Um escarlate intenso corava a mulher enquanto o sangue corria mais fortemente por suas veias.

- Sandra. Vamos fazer assim. Eu vou te dar algumas características do meu marido e você me fala se ele é um dos outros dois homens que estão aí.

- Tá bom.

- Ele é alto. Cabelo castanho escuro, mas já tinha alguns fios grisalhos.

- Nossa!

- Que foi? É ele?

- Não! Uma caixa de algodão que tinha chegado ontem aqui sumiu! Acho que fomos roubados. Tenho certeza que foi por causa do espelho que eu quebrei ontem a noite. Você sabe né? Acho que é na mitologia grega que fala dessas coisas né? De ter azar porque quebrou o espelho.

- NÃO! NÃO É A MITOLOGIA GREGA QUE FALA ISSO! PELO AMOR DE DEUS, ME OUVE. MEU MARIDO, O CARLOS, É MÉDICO. OTORRINOLARINGOLOGISTA!

- Escuta aqui minha filha! Você pode ficar toda bravinha aí. Pode até gritar, tô acostumada já! Agora, me chamar de otorrino-sei-lá-o-que! Aí já é demais!

A jovem ficou muda do outro lado. Pensou em pelo menos um milhão de coisas para responder para a outra, mas apenas suspirou.

- Eu não estou te xingando. Otorrinolaringologia é a especialidade do meu marido. Sabe, nariz, ouvido e garganta!

- AHhhhhhhhhhhhhhhhh! Claro que eu sei. Teve até uma história estranha uma vez. Meu namorado é mais novo que eu, sabe. E teve um dia que nós estavamos conversando, e ele ia me pedir pra ir num desses médicos porque ele fala que minha voz é meio irritante. Mas aí, antes dele falar, eu tive um deja vu. Ai, como eu sabia que ele ia dizer isso, eu briguei com ele antes! Ééééééééé! Ele ficou todo assustadinho porque eu previ o que ele ia dizer.

- Sandra. - é a última pergunta que eu faço - Algum dos dois corpos que estão aí é de um médico?

- Não, não é não! São dois mendigos. Alô... Alô????? Alôôôu! Mal educada! Desligou na minha cara!

Um comentário:

Goiab'dullah disse...

diclofenaco potassico é antinflamatorio!!!!!
hahahahahhaa

foi uma boa largada celsera! vc uso uma versao feminina do seu claudio pra falar sobre varios assuntos, ótima ideia!
hehehehe

farta a sua lista agora

abrasss